O que é ELETROFORESE (E-COAT / KTL / DKTL)?


O processo de pintura por eletroforese, também conhecido como processo de eletrodeposição catódica ou pintura KTL, consiste na deposição de um filme de tinta, normalmente à base de resina epóxi, por meio da aplicação de uma corrente elétrica contínua em peças metálicas imersas em um banho aquoso de tinta. Essas peças são previamente submetidas a etapas de limpeza (desengraxe, decapagem e enxágües) e uma fosfatização, que consiste na formação de uma película de fosfato metálico na superfície da peça e que proporciona melhor aderência da tinta.

Uma vez pintadas, as peças são enxaguadas em água de alta pureza e submetidas a um processo de cura em uma estufa apropriada, garantindo assim total qualidade no processo. A pintura por eletroforese como processo de pintura foi desenvolvida para atender aos requisitos anti corrosivos exigidos pela indústria automobilística, de autopeças e de eletrodomésticos.

A pintura por eletroforese desde então passou a ser conhecida por muitos nomes, alguns a chamam de “elpo” (de eletro deposição), outros de “e-coat” (do inglês electro coating), ou “electrodip”, “electropaint”, “paint plating”, “eletrodeposição”, “pintura eletroforética”, “AED”, “CED”, “HFBEC”, “LFBEC”, “KTL” e “DKTL”.

Basicamente, a eletroforese ocorre quando se mergulha um corpo metálico em um banho de tinta especial para tal processo, normalmente diluída em água, e se faz passar uma corrente elétrica, tendo a peça conectada a um pólo e o outro pólo conectado aos eletrodos.

 

Pela teoria, quatro fenômenos ocorrerão durante o processo de pintura:

1.ELETRÓLISE: É o fenômeno proveniente da reação de óxido-redução onde ocorre a separação de íons, isto é, hidrogênio e oxigênio, em solução, sob a aplicação de uma diferença de potencial elétrico.

 

2.ELETROFORESE: E o fenômeno de migração da partícula de pigmento, envolvida pela respectiva resina e demais componentes da tinta, em direção a peça a ser pintada, quando a mesmo é submetida a uma tensão (diferença de potencial) elétrica.

 

3.ELETRO COAGULAÇÃO: Basicamente, o que ocorre neste fenômeno é a aproximação do macroíon ao pólo contrário a sua carga, onde há uma troca de carga elétrica, provocando a adesão da partícula ao substrato, formando assim um filme de tinta insolúvel em meio aquoso.

 

4.ELETRO OSMOSE: E o fenômeno de eliminação dos eletrólitos contidos no veículo da tinta aplicado, onde o material eletrodepositado perde quase toda a água, tornando-se hidrófobo. Alguns fatores determinam a espessura de camada: Tempo de aplicação (quem tem limites devido à assintoticidade do processo), diferença de potencial (Tensão elétrica), tipo de tinta, teor de sólidos, temperatura da tinta, entre outros.

Uma vez formado o filme, deve-se então passar por uma reação de reticulação, a qual ocorre com a aplicação de temperatura sobre o mesmo, sendo por isso necessário que se tenha uma estufa ao final do processo.
essa reticulação normalmente ocorre dentro do que chamamos a “janela de cura” ou seja, quanto mais alta a temperatura (dentro de certos limites) menor o tempo necessário para a reticulação.

Normalmente se trabalha com temperaturas que vão de 170 a 210° C e tempos em estufa que vão de 15 a 40 minutos.